Small Explosions That Are Yours To Keep
Mitchell Akiyama
Ao quarto álbum da sua curta carreira musical, o canadiano Mitchell Akiyama apresenta-nos a sua obra-prima e um dos discos mais cativantes deste ano. Para quem conheça as suas anteriores obras, ficará decerto surpreendido com esta introdução. A explicação é simples: Akiyama criou finalmente a sua linguagem, os seus verbos e substantivos, o seu discurso e sotaque, anulando processos alheios que tinha explorado até então. Ficou para trás, felizmente, a electrónica digital Raster-Noton (Carsten Nicolai é suficiente); ficou para trás, felizmente, a sua mutação «Endless Summer» no disco do ano passado «If Night Is A Weed And Day Grows Less» (Fennesz é suficiente). A sua música de 2005 é um feliz encontro com outros métodos de composição electrónica, algures no terreno neutro da acústica e da manipulação sonora. Tal como em «Audiotourism» de Freeform, os temas de «Explosions» brincam ao longo da fronteira entre o som puro, o som manipulado e o som sintético. Mas há ainda composição, detalhes neo-clássicos, música etnográfica, sound-art, música concreta: tudo isto em perfeita comunhão, usando o silêncio e como sábio conselheiro e a electrónica como bússola. Ouvir pela primeira vez este disco é ter uma experiência de contínua surpresa, com cada uma das onze faixas a tentar ser uma unidade independente, mas todas elas a obedecerem a um perfeito plano supremo.
