Ao longo do mês de Dezembro destacamos um disco por dia. Novidades 2020, reedições ou, até, edições de anos anteriores. A essência é que seja um disco com significado para nós ao longo dos últimos meses. Num ano atípico para todos, mas também num período de grande mudança para a Flur.
Compilação de música dispersa por várias plataformas online, recuperando uma ideia de minimalismo presente na música de Vítor Rua desde os Telectu. Para efeitos de mundo real, as faixas neste CD fazem parte de álbuns que nunca o foram. Existem online sobretudo agregadas por conceito ou instrumentação utilizada.
Aqui ganham a companhia mútua, e o que nos é dado escutar foi organizado para fluir como um caudal suave que, em certo ponto, talvez convença a nossa percepção superficial de que nada se passa mas, no cérebro e com o manejo apropriado, captamos diferentes camadas em diferentes sessões de escuta. Aplica-se principalmente à última secção do disco (retirada do álbum “Dance Music”) e em exercício está unicamente a nossa disposição para receber o groove próprio de cada faixa simplesmente intitulada com uma letra do alfabeto, como se até aí todas as indicações fossem no sentido da neutralidade do som face à nossa posição, essa sim activa, enquanto ouvintes.
“Turaya”, exemplo único da série de composições dedicadas à árvore genealógica de gatos que coabitaram com Telectu, abre com plena vibração cristalina para uma breve passagem pelas duas faixas de “Computer Music", oscilando entre uma representação artificial de “música contemporânea” e "ambientalismo natural”. O bloco seguinte (tirado de “Hello, I Am Mister ED”) explora um minimalismo mais íntimo, económico na duração, entregando-nos as ideias em estado mais puro; “Dance Music”, que ocupa boa parte da segunda metade do CD, parte em direcção a um horizonte que nunca realmente se revela.
A beleza está no movimento constante, enquanto dura, na propulsão repetitiva e robótica que tanto evoca “Jazz From Hell” de Frank Zappa como o modo muito pessoal como Atom Heart interpretou jazz (em quase toda a sua discografia na Rather Interesting entre 1995 e 1998 existem magníficos exemplos), como, ainda, nada mais evoca a não ser o passo próprio e digno da máquina.
Aqui ganham a companhia mútua, e o que nos é dado escutar foi organizado para fluir como um caudal suave que, em certo ponto, talvez convença a nossa percepção superficial de que nada se passa mas, no cérebro e com o manejo apropriado, captamos diferentes camadas em diferentes sessões de escuta. Aplica-se principalmente à última secção do disco (retirada do álbum “Dance Music”) e em exercício está unicamente a nossa disposição para receber o groove próprio de cada faixa simplesmente intitulada com uma letra do alfabeto, como se até aí todas as indicações fossem no sentido da neutralidade do som face à nossa posição, essa sim activa, enquanto ouvintes.
“Turaya”, exemplo único da série de composições dedicadas à árvore genealógica de gatos que coabitaram com Telectu, abre com plena vibração cristalina para uma breve passagem pelas duas faixas de “Computer Music", oscilando entre uma representação artificial de “música contemporânea” e "ambientalismo natural”. O bloco seguinte (tirado de “Hello, I Am Mister ED”) explora um minimalismo mais íntimo, económico na duração, entregando-nos as ideias em estado mais puro; “Dance Music”, que ocupa boa parte da segunda metade do CD, parte em direcção a um horizonte que nunca realmente se revela.
A beleza está no movimento constante, enquanto dura, na propulsão repetitiva e robótica que tanto evoca “Jazz From Hell” de Frank Zappa como o modo muito pessoal como Atom Heart interpretou jazz (em quase toda a sua discografia na Rather Interesting entre 1995 e 1998 existem magníficos exemplos), como, ainda, nada mais evoca a não ser o passo próprio e digno da máquina.