Ao longo do mês de Dezembro destacamos um disco por dia. Novidades 2020, reedições ou, até, edições de anos anteriores. A essência é que seja um disco com significado para nós ao longo dos últimos meses. Num ano atípico para todos, mas também num período de grande mudança para a Flur.
Explica-se por si mesmo? É Natal. Temos alguns - muito poucos - exemplares disponíveis desta maravilha. Como se costuma dizer: treat yourself.
Vítor Rua: "O Jorge repara que eu estava a estudar alguns temas de jazz e pediu-me para os tocar, que ele tocava bateria (no sampler). Assim fizemos. Mas só a guitarra (sem o baixo) e só a bateria do JLB (irregular e muitas das vezes fora-do-tempo), não era algo que me entusiasmasse. Mas o Jorge perguntou-me: "não pode criar umas bases de jazz para solarmos por cima?” Com as bases (baixo e bateria) já se podia criar algo mais “jazz” e foi assim que o JLB teve a ideia de criar a terminologia de “Jazz Mimético”, ou seja, não era jazz, era uma mimesis do jazz." "Pipocas" (Vítor Rua como PSP) foi editado pela Ama Romanta em 1988. Jorge Lima Barreto constatava que Rua criava pop e rock, porque não criar jazz? Também pela Ama Romanta saía assim, no mesmo ano, "Camerata Elettronica", segundo Rua uma manobra declarada para Telectu entrarem no "mercado" (as aspas são suas) dos festivais de jazz. O conceito fica assim redondo, com o duo a mimetizar uma linguagem que conhecia bem e a inventar - digamos assim - uma carreira no circuito de jazz, numa época em que as suas escutas caseiras se concentravam mais na Concreta (Bernard Parmegiani, Pierre Henry, Pierre Schaeffer, etc.).
Apresentamos uma reinterpretação - pela mão do Márcio Matos - em risografia da capa original de António Palolo, dos textos originais incluídos no álbum de 1988, embalando exemplares originais de "Camerata Elettronica". A caixa exterior, em cartão castanho industrial, é a versão actual, casualmente minimalista, da caixa original, desdobrável. Limitado a 40 exemplares.
NOTA: não se trata de reedição nem de remasterização. Os discos são originais de 1988. Cada um foi escutado e limpo individualmente, admitindo-se pequenas imperfeições como naturais: ligeira ondulação em alguns exemplares, não comprometendo em nada a escuta; ocasionais cliques e pops, que consideramos perfeitamente aceitáveis ao ouvido comum. Com isso em mente, não serão aceites devoluções. Os lucros serão divididos com Vitor Rua, o único membro vivo dos Telectu.