Ao longo do mês de Dezembro destacamos um disco por dia. Novidades 2020, reedições ou, até, edições de anos anteriores. A essência é que seja um disco com significado para nós ao longo dos últimos meses. Num ano atípico para todos, mas também num período de grande mudança para a Flur.
Ali atrás no mês de Maio de 2020, "Pais & Filhos" saía em formato digital, mantendo a rolar um fluxo editorial em plena incerteza da Primeira Vaga.
Agora em vinil, o álbum reapresenta-se ao mundo, também com nova arte de Márcio Matos, e o que escutamos chega-se mais ao núcleo do imponderável estilístico que são os Niagara. Ou seja, cada disco do trio baseado em Loures oferece, desde logo, a surpresa do som, e funciona de facto como documento da fase de exploração em que se encontram.
A trilogia de faixas "Ano-A", "Ano-B" e "Ano-C", por exemplo, encontra um ponto confortável entre dub, ambientalismo e gravações de campo, ajudando a definir a música como matéria orgânica capaz de se alterar a si mesma.
Em torno dessa base evoluem quatro outras faixas, outras tantas sensibilidades que tão naturalmente se focam em tons que nos parecem saídos de um arquivo histórico selecto como descobrem vias que ainda por catalogar. No meio, Niagara ainda únicos.