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Beat

Bowery Electric

Kranky

Regular price €41,50

Tax included.

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A curta vida dos Bowery Electric foi de quem quis viver os 1990s com a intensidade possível. Lawrence Chandler e Martha Schwendener, o núcleo duro da banda, existiu entre 1994 e 2000 e deixou para trás uma discografia singular, daquelas condenadas a ficar esquecidas para lá de quem viveu aqueles anos. As reedições existem para isso não acontecer e esta da Kranky era há muito desejada. Número sete do catálogo da editora norte-americana, o álbum de estreia dos Bowery Electric (1995) sai, finalmente, na sua versão completa em vinil – na original faltava uma faixa, “Deep Sky Objects” – e com o acréscimo do EP “Drop”, primeiro lançamento da banda em 1994 que chamou a atenção da Kranky. Tanto “Bowery Electric” como “Beat” (1996, também agora reeditado pela Kranky) guardam a banda no seu pico de criatividade, conscientes das modas dos 1990s, abraçando-as sem exactamente copiá-las e deixá-las cair na mimética. “Bowery Electric” captura o lado mais cru da sua essência, rock a transbordar shoegaze, mas de uma forma tão estático-contemplativa que se ouve como o melhor disco de ambiente alguma vez criado (alguém nos vai matar por isto). O pico bate nos 10:27 de “Slow Thrills”, canção tão épica quanto cansada que parece carregar todas as aspirações falhadas de uma geração. Ainda hoje, quase trinta anos depois, bate como se fosse a primeira vez. Todo o rock bate em “Bowery Electric”, tanto se sente grunge a anunciar a febre do pós-rock (“Another Road”), a temperatura do slowcore (“Out Of Phase”) ou a saída de fininho dos Galaxie 500 (“Long Way Down”). A originalidade foi em terem existido e terem criado dois álbuns que ainda hoje se recordam, não porque merecem ser lembrados, mas porque são inesquecíveis, intemporais.