Unit Structures
Cecil Taylor
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O ano era 1959 e Ornette Coleman havia principiado uma nova tendência no jazz - longe dos standards, de uma maneira de tocar e de compor tida como "certa", ou "ideal" para um público conservador, Coleman refutou tendências e dogmas e decidiu criar a sua própria linguagem, livre de preconceitos - chegara a altura de tirar a mordaça. O jazz mudou: dos 60s até ao final dos 70s dera-se um dos mais ousados e revolucionários períodos na história da música americana. Em "Unit Structures", o seu primeiro LP na Blue Note, Cecil Taylor continua esse legado deixado por Coleman, procurando uma forma de expressão mais agressiva, primal, como se cada instrumento fosse um corpo - finalmente - desacorrentado, à procura de um porto seguro. Espíritos soltos - o piano de Taylor, no meio dos sopros de liberdade triunfal, ancora a estrutura que parece não existir, servindo quase como um guia para que ninguém se perca no caminho para a liberdade. Destaque também para a secção rítmica, com os crescendos e descendos do contrabaixo de Henry Grimes (autor do excelente The Call na ESP Disk) a harmonizarem bem com a indomável bateria de Andrew Cyrille. Uma conversa em constante mutação, emulando de forma quase documental relações interpessoais e respectivas conversas e espontaneidades. Disco incrível, a um preço acessível, numa reedição de 180g pela Blue Note.
