Proxy States
Jung An Tagen
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“Agent Im Objekt” – editado no ano passado – foi um álbum da maior idade para Jung An Tagen, ou Stefan Juster, um nome que já anda por aí há quase década e meia, entre vários projectos e vários fascínios: é um bom exercício traçar o seu percurso e perceber onde chegou. “Proxy States” é música de ciência, techno do futuro milimetricamente pensado e trabalhado para um propósito de novo noise (o noise é, aliás, uma das estradas por onde o caminho de Juster passa). O primeiro som que se ouve é o de uma explosão, que serve de gongo para a aventura, mas é também uma explosão de partículas, comprimindo as ideias do álbum anterior numa caixa, deixando-as explodir para um big bang. “Proxy States” é música de origem. Mas é feita sem corte com o passado, é música que percebe a essencialidade – e a essência – de criar novas métricas e desbravar caminhos novos na música electrónica. Um pouco como o noise-rock há uma década tentou traçar novas ideias com o techno (família Wolf Eyes, Black Dice, etc). Agora é um austríaco – e não norte-americanos – a procurar a origem, a raiz, e criar um portal para o futuro. Música electrónica que tem tanto de rock, noise, techno como jazz (“Wreath Products (D# F#)”). Há sempre algo de novo a cada audição de “Proxy States”. É um álbum abençoado. Terminamos com uma curiosidade: não há vinil? Não. Ninguém – nem Rashad Becker – conseguiu masterizar o álbum para vinil. É furioso, urgente, exigente, mecânico e visionário. Não há grooves para tantos adjetivos.