Mosaic
Fennesz
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"Heliconia", na abertura, principia talvez de modo menos habitual em Fennesz, mais líquido, mas poucos segundos depois reconhece-se plenamente formado o som típico do músico austríaco. Sucessivas vagas de ambiente que quase escondem uma estrutura clássica, paisagística, como um vislumbre por entre fumo a dissipar-se. A guitarra, muito processada, surge a espaços mais distinta, como em "Patterning Hearts", intromissão de uma sonoridade e modulações próximas de Cocteau Twins; "Goniorizon", se começa como jogo de espelhos digital, anormalmente cromado para o que conhecemos de Fennesz, também se deixa envolver na sua pintura sónica, gradualmente, a partir dos 2 minutos, quando a distorção começa a tomar forma e alterna o espaço de protagonismo com essa primeira superfície mais metálica (apesar de maleável ao ouvido). Sem segredos, "Mosaic" funcionou como o título indica, a partir de fragmentos e testes encarados como rotina diária com intervalo para almoço, como se de um horário laboral se tratasse. Tal como a rotina diária, sabemos com mais ou menos certeza o que esperar de Fennesz.
