Hongkong
Monolake
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25 anos depois, Hongkong continua a surpreender como se tivesse sido lançado hoje. É dos primeiros LPs da Chain Reaction, um dos melhores registos editorais de música electrónica (e, em particular, de todas as possíveis ramificações do Dub Techno, anos-luz à frente do resto). Como é habitual no catálogo da editora, este LP é uma cumulação de maxis lançados até 1996. Neste disco de Robert Henke e Gerhard Behles, ouvimos "Cyan", que faz convergir detalhadas gravações de campo (alegadamente captadas em Hong Kong e Cantão) de chuva, pássaros, insectos, harmonizando com pads delicados e uma linha de subgraves sincopada com o kick, apontando para máxima eficácia de groove. Síntese bonita que plana pontilhadamente por cima dos acontecimentos, esculpindo detalhes e revelando segredos e mistérios; o "Dub" aqui passa pelas reverberações, ecos e delays aplicados tanto às gravações de campo como às ideias de síntese, criando todo um soundscape próprio, coeso, revelando um mundo com nuances que sugerem capacidade de improvisação melódica ou novas direcções lideradas pelos efeitos conferidos aos elementos presentes na narrativa dos temas. Refrescante, leve, relaxante, imprevisível, mas com corpo (o low end do disco impressiona pela potência), motor e pujança para aplicarmos estas variações sónicas numa pista de dança com total conforto (e com versatilidade, visto que as músicas vão dos 140bpm - "Cyan" - aos 90bpm - "Lantau"). Disco obrigatório que prova que, já no novo milénio, tanto a música de Monolake como a linha editorial da Chain Reaction continua imaculada e inimitável. Reedição essencial de celebração de um dos mais bonitos LPs da história do Dub Techno.