2222 And AIRPORT
Shit And Shine
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A liberdade no percurso já longo de Craig Clouse gera sempre expectativa em relação a novos discos. Industrial? Techno? Breaks? Rock? Dub? Glitch? Algo disso e nada exactamente disso, chegando nós a "2222 And Airport" sem qualquer preconceito (os discos anteriores encarregaram-se de os eliminar, onde eles poderiam existir). "Swiss", na abertura, pode recordar experiências semelhantes de funk digital ali no virar do século (Beige, Akufen, por exemplo) mas não nos deixa presos na teoria porque o groove segue imperturbado. As treze faixas rondam essa ideia de funk, nunca pura, sempre contaminada pela paleta de sons à disposição, soando mais duro quando é conveniente, puxado de Suicide ("Rewower"), misterioso, sarcástico, algumas vozes em conversa por algumas esquinas do som, desconcertante. Sem sentido mas de uma forma coerente, neste álbum, se podemos arriscar esse paradoxo. Graves distorcidos, samples compactadas e a soar como tal, certo ácido (na cabeça com certeza), uma declaração de auto-consciência num título como "Infinite Shite"? Nesse momento hipnótico respira-se groove compassado, de certa forma eterno, pelo menos no desejo que se prolongue, mas ele morre em glitch já dentro do último minuto. Divertido, sério, consequente.