A 1000 Keys
Thomas Brinkmann
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A obra de Thomas Brinkmann é ancorada em conceitos, e isso implica muita reflexão não apenas sobre a matéria (música) mas também sobre a teoria. Cada novo disco explora uma zona de interesse que, em anos mais recentes, acaba inevitavelmente por estar de alguma forma ligada à tecnologia. No caso presente, “A 1000 Keys” desconstrói a magia romântica do piano em números de código binário, depois reconstituídos em marchas de repetição. Próximo do alcance wagneriano da klaviermusik de Wolfgang Voigt, Brinkmann não abranda naquele tom teutónico que sugere sempre dominação e conquista (formatação cultural), e tudo resulta num álbum nervoso, assertivo e desconcertante, disfarçado de papão académico mas, na verdade, bastante lúdico, se a vossa tendência for a pura navegação do som, onde quer que ele vos leve. Difícil ficar indiferente.