
You´re Dead!
Flying Lotus
Flying Lotus chegou definitivamente ao ponto em que consegue exibir colaborações significativas sem esforço. Quer dizer, Herbie Hancock? É preciso ser muito respeitado. Ainda Snoop Dogg (participou em todos os álbuns de toda a gente em 2013 e 2014), Kendrick Lamar, Angel Deradoorian (Dirty Projectors), por exemplo. E é um álbum de jazz? Em 2014 é, mas também é um disco de fusão. Parece virtualmente impossível mapear todos os pontos do território neste álbum, como é habitual em Flying lotus, labiríntico, complexo, a disparar em vários sentidos. frequentemente soa como um momento de quase-sono em que um rádio está ligado e absorvemos a música num estado de semi-inconsciência sem procurar interpretar o que escutamos. "You re Dead!" requer uma audição de cabeça mais ou menos virgem para não bloquear estímulos com interrupções muito profundas para raciocínio. Ele consegue mais uma vez entrar na nossa cabeça e plantar uma infinidade de pormenores que cabe a nós deixar florescer. Encontra-se bastante além de um mero álbum de batidas e samples - esses elementos são a essência do aspecto físico, aqui, mas o que eles transmitem e como o transmitem tem de ser apanhado mais acima, em ascensão, antes que se escape e passemos ao álbum seguinte na nossa lista de escutas necessárias.