In Dub
Nocturnal Emissions
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Trabalho (nosso) de amor em reunir música já de arquivo mas em crença de que a maior exposição vai encontrar contexto certo nos tempos conturbados que se atravessam. Alguns títulos são auto-explicativos: "Contagion Dub", "Energy Crisis Dub", "Capital Crash", "Credit Crunch", por exemplo, indicam o estado de espírito e sinalizam a época através de um som seco, límpido e artificial, em que o dub é destilado a partir do caldeirão original, depurado até à forma cristalina que a música assume neste álbum. Não será correcto falar em "digidub", já que o termo convoca outra época e outro sentimento (e também uma outra variação de dub), mas antes de uma interpretação informada pela experiência natural incorporada por Ayers durante os tempos em que, em Inglaterra, fazia quase parte do destino ser exposto à música de raiz jamaicana que alimentava festas e encontros, olhada com desconfiança pelas autoridades, com desejo por miúdos e jovens adultos que se reviam no reboliço, no som e na atitude. Passa para o punk e para o após, em que era regular ouvir lados B de singles em dub e álbuns inteiros em alguma forma de dub, puxando a militância mais para a frente em casos como Pop Group. Logo, as técnicas e sonoridade dub entraram no ADN de música que resistia a qualquer hegemonia cultural. Assim foi com Nocturnal Emissions, lá atrás, e assim é com "Nocturnal Emissions In Dub". Lenta, pausada, com espaço para reflexão, propomos excursão pelas oito faixas. Follow the science.
"Come 2010 and the love of dub finally surfaced explicitly on a very limited "In Dub" CDR. All the space is there, some might say also the industrial weight and - dare we say it - the weight of crumbling capitalism (notoriously visible after 2008). There's a sort of robotic pace in these dry statements of political commentary, not really the same as in 80s digital dancehall or 90s digidub. It sounds like the kind of autonomous zone dreamed about since the punk and cut-up years and informed by all the accumulated background in electronic music and knowledge and respect for dub pioneers. "In Dub Volume 2" appeared in 2020, also strictly limited, framed by the early stages of the COVID experience, expanding on the same sonics, gently dragging the listener along for a thoughtful ride. The music on both volumes was recorded at leisure over a period of roughly 12 years and it hovers timelessly above. Heavily synthetic, learned and respectful music, alienated and in sync with the desire to escape (even if temporarily) to an artificial and abstract safe zone. We now present carefully selected tracks from both volumes, given a proper boost for vinyl by Douglas Wardrop (Bush Chemists, Conscious Sounds)." (Label PR)
