Sound The Alarm / Mad Bell / Aftermath
Falcon, The, Grizzly Knuckles, Jak, The
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A Dirty Blends, de Melvin Oliphant (Traxx) já nos tem vindo a habituar a maxis que são desenhados para a máxima eficiência em pistas de dança, homenageando as raízes da música da cidade de Chicago, o epicentro do House nos 80s. A primeira faixa, de The Falcon (todos os nomes que aparecem na Dirty Blends são alter-egos, e supõe-se que este seja o de Ron Morelli) é um beatdown de drum machine, minimal nos elementos mas com força bruta aplicada, apoiando-se nas diferentes dinâmicas dos elementos da caixa de ritmos para estruturar a composição, desnorteando-nos com os silêncios e timings na manipulação dos grooves. Para além de um sample vocal, a faixa é composta somente por elementos rítmicos - a sugestão de melodia é, também ela, oriunda de uma espécie de som metalizado, percussivo. Faixa ilusoriamente simples, já que os elementos são poucos, mas o sortido de variações rítmicas com os mesmos elementos aqui apresentados é uma lição de habilidade musical. No lado B, Grizzly Knuckles (que, julgando pela palete de sons, se tratará de Mark Grusane) apresenta-nos uma faixa não muito diferente dos seus maxis pela Sound Metaphors, consistindo numa espécie de melodia minimalista, com tarolas sincopadas, resultando num hipnotismo certeiro, xamânico, pela poliritmia e pela repetição controlada. The Jak (Melvin Oliphant, ou Traxx) termina o disco com uma faixa acelerada, com leque de sons semelhante ao de Grizzly Knuckles, sugerindo os primeiros maxis de House em esteróides de DJ Rush - BPM acelerado, a caixa de ritmos alta na mistura, groove psicadélico em órbita. Três faixas certeiras para qualquer pista de dança que, em iguais partes, homenageiam as lições deixadas pelos originais de Chicago e criam novas identidades dentro de um modus operandi próprio e específico desta cultura - 100% analógico, com som de gravação das bobines e com o reverb denso oriundo da Alesis Midiverb.