Linha Geral
Linha Geral
Reedição remasterizada 2024
Os anos 80 em Portugal foram imensamente prolíficos. Em 1988 são lançados “Música de Baixa Fidelidade” de Tozé Ferreira, “Plux Quba” de Nuno Canavarro e o "Linha Geral" dos Linha Geral, disco produzido por Nuno Rebelo e lançado na Ama Romanta dos Pop Dell’Arte. conluio organizado da vanguarda musical portuguesa, João Peste e Nuno Rebelo prestam também as suas colaborações ao disco, sob a forma de coros e instrumentos, respectivamente. Musicalmente não demasiado diferentse da Wave e do gótico da altura (em especial o catálogo da 4AD) mas suficientemente diferentes para distinguir Linha Geral como um caso único: secção rítmica marcial, guitarras acústicas fúnebres e embebidas num mar de efeitos, a voz de Carlos Manso a actualizar a canção de intervenção ao pós-25 de abril. Até há sopros midi, evocando toda a legião do folk apocalíptico britânico. O mar de som que “Linha Geral” ergueram no disco homónimo é especialmente notável em faixas como “Coro Jovem” ou “Auto de Fé”, onde a primeira faz com que o jogo de camadas das guitarras torne a música num adereço de transcendência, enquanto que a segunda surpreende pelos sons atípicos aquando do seu refrão, provavelmente obra do sampler de Nuno Rebelo. Disco à frente do seu tempo, dentro e fora de Portugal, e uma masterclass no que à produção de um disco diz respeito (um dos discos que melhor soam a sair dos 80s em Portugal). É uma oportunidade única para revisitar um dos apogeus da música por cá feitos (com a sua capa eficazmente copiada, mantendo a caixa de cartão e a apresentação minimalista com o logótipo a vermelho). Reedição essencial pela Phonograma.
