IIIrd Gatekeeper
Skullflower
OUVIR / LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5
Historicamente, a ideia de música marginal esteve sempre ligada a grupos de jovens oriundos de escolas de artes, ou de um contexto mais punk, quebrando os dogmas e as correntes estilísticas para dar lugar a uma ideia de liberdade musical. No rock, isso aconteceu com o experimentalismo europeu, nomeadamente alemão, com sequelas sísmicas ligadas à música industrial e à soberania do ruído. Skullflower extrapolam as ideias de distorção, dissonância e repetição até aos seus limites. Matthew Bower, a certa altura membro dos lendários Ramleh, e também do grupo industrial Pure, encontra em Skullflower a possibilidade de criar paisagens sonoras estridentes, ásperas, mas eminentemente psicadélicas e catárticas. Riffs lentos no baixo, arrastados por lama e escuros como noite suja, criam o mote tântrico e ritualístico para que a guitarra de Bower se metamorfoseie em transcendência, com auxílio do wah-wah. Os picos de ruído provam como Skullflower eram das bandas mais potentes e ruidosas, numa altura onde a paisagem cultural rock se encontrava minada por bandas Grunge; concomitantemente, desafiavam as regras da música Industrial - no seio de uma comunidade que se expressava sobretudo através de sintetizadores, microfones de contacto e manipulações em fita, Skullflower subvertiam a ideia do que um power trio rock devia fazer. Edição do trigésimo aniversário, com direito a músicas bonus. Toquem alto, ao ponto de incomodar a vizinhança, tal e qual como é suposto. Cultura e civismo.