Live In Paris 1973
Can
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Não é o primeiro nesta série de edições de discos ao vivo dos Can, mas é a primeira a contar com o lineup clássico de Damo Suzuki, Holger Czukay, Jaki Liebezeit, Michael Karoli e Irmin Schmidt. Interpretações de luxo das faixas mais conhecidas da banda, que aqui dilatam e ganham novos contornos - principalmente "Spoon" e "Vitamin C", que expandem as partes mais texturais, relevando os padrões ultra repetitivos e ainda mais groovy de Liebezeit (mostra de força e precisão constante, logo no primeiro tema, onde os fills e os breakbeats estão sempre no ponto, nunca fugindo de tempo nem de tom). Suzuki também na prova da sua versatilidade vocal passandod de registos mais blues para a sua habitual dissertação num inglês macarrónico, retirando o peso (ou o fardo) das signifcações líricas e dando espaço para que ela soe como elemento sónico apenas, como força sonora, com o seu próprio ímpeto no meio dos outros instrumentos. A representação pura da música como força política - havia música mais livre que esta durante todo o pós segunda-guerra na Alemanha? Prova viva de uma banda que respirava som. Ao vivo, Can tinham uma oportunidade para a experimentação de ideias no momento, para o improviso sobre temas já conhecidos, mas de diferentes perspectivas, com a abordagem de que cada concerto seria uma experiência completamente nova. Como Irmin Schdmit dizia, os membros de Can não falavam entre si durante os concertos: deixavam que os instrumentos fizessem isso por eles. Um dos melhores concertos ao vivo de sempre? É bem provável. Fácil.