Keep On Moving
ESG
«Purely Physical» abre o álbum e, de alguma forma, representa uma declaração de intenções relativa ao funk esquelético (baixo e bateria) de ESG. Experimentada ao vivo, esta música é quase puramente física, não há muito para fazer a mente bloquear os movimentos, não há quase nada. A segunda faixa, «Keep On Movin'», anuncia outra intenção: progredir. A letra é suficientemente genérica para permitir qualquer interpretação - progredir depois de uma relação falhada, mexer o corpo, sair para a frente. O som de ESG ganhou outros tons, desde o anterior «Step Off», apesar de ter perdido a guitarra nebulosa que deu carisma a esse álbum. Mas «Keep On Moving» tem surpresas para quem esperava a manutenção do padrão já testado e celebrado. «Everything Goes» deixa-nos alerta logo no início, com o mínimo de guitarra a parecer «Funky Town» por momentos. A melodia, contudo, é carregada pelo baixo, sempre o suporte principal mas raras vezes em ESG tão melódico como nesta canção. Em «Ex», surpresa completa: quase uma balada R&B, com piano (sacrilégio?) e, pronto, a canção mais hipnótica do disco. «Insane», o single, aparece nas versões Bass e Tambourine, com diferenças mínimas entre si e, tal como «Purely Physical», com um som de percussão sintético, nada aquilo a que ESG habituaram. Ecos de Miami Bass entre as linhas; «The Road» entra em território tribal entre Carl Craig e Liquid Liquid (Liquid Liquid que começaram PORQUE viram as ESG ao vivo); «Gimme A Blast» usa também pela primeira vez baixo sintetizado, devidamente compensado por bateria e congas para manter forte o efeito orgânico.