Cosmogramma
Flying Lotus
Numa expressão: choque de partículas. Todo o disco parece um acelerador concentrado com o objectivo de provocar e observar embates inéditos, talvez até uma realização exacerbada da frase "Looking for the perfect beat". "Cosmogramma" não parece procurar o isolamento de partículas, antes excitar a sua convivência em sociedade - a informação sonora é muita e variada, partindo de uma agora muito vaga identificação com o hip hop. Algumas faixas (comop "Computer Face") exibem claro deslumbramento com as potencialidades do sampler ou seu equivalente no século XXI, há todo um universo que antes era muito complicado conceber e agora apenas é limitado pela imaginação de quem produz. Imaginação que não falta a Flying Lotus, de Los Angeles, criador de mundos e gestor de sons que, em "Cosmogramma", tem mais uma afirmação estética de extrema contemporaneidade. "Do The Astral Plane" poderia, noutras mãos, ter um tratamento de estrelato, acrescentado de alguns ingredientes que Flying Lotus obviamente não quer utilizar. Respeito.