The Way Out Of Easy
Jeff Parker and ETA IVtet
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Há um ano não se sabia que o Enfield Tennis Academy, em Los Angeles, iria fechar. Fechou no final de 2023, quase sem aviso. Muitos de nós provavelmente descobriram este sítio a propósito do álbum de Jeff Parker, "Mondays at the Enfield Tennis Academy", de 2022, que foi um pequeno furor. Ao longo de sete anos, Jeff Parker e um quarteto composto por Josh Johnson (saxofone), Anna Butterss (contrabaixo) e Jay Bellerose (bateria), tocaram ali religiosamente às segundas-feiras, primeiro para um grupo de curiosos e amigos, depois para uma audiência crescente que fazia fila e, por diversas vezes, ficava à porta. Este "The Way Out Of Easy" regista uma atuação numa dessas segundas-feiras, a primeira de 2023, a 2 de Janeiro, a primeira das últimas que a banda tocaria no ETA. Ao longo desses sete anos foram evoluindo e assentaram naquilo que se ouve neste disco, um quarteto que começou por tocar standards e que usava aquelas segundas-feiras para ir experimentando ideias, sem regras ou prisões de tempo, que foram maturando ao longo do tempo. Três das peças de "The Way Out Of Easy" são um instante dessa mensagem, uma maturação de formas de fazer, dos caminhos em que as coisas seguem e a transcendência da própria resposta a isso tudo: no fundo, podíamos dizer "bem oleado", mas com tanto uso de eufemismos por aí, isso hoje já nem é bem um elogio. Mas seria aqui, ao ouvir "Freakadelic" ou "Easu Way Out" há uma sensação contínua de que tudo se descodifica nos nossos ouvidos, um processo sem segredos, que só flui. Como um rio. A peça final, "Chrome Dome", é como que uma carta de despedida, não ao ETA, mas a todas as noites, a banda tocava algo mais familiar no final, um standard, para dar uma sensação de conforto ao dude ocasional (ele também merece), porque toda a gente gosta de levar uma boa lembrança para casa. Aqui a fórmula não se cumpre rigorosamente, mas cria-se calo com um dezasseis minutos dubby, debaixo de água, para nos afogarmos de FOMO por nunca termos estado lá.
