Previsão Do Tempo
Marcos Valle
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Provavelmente a capa mais icónica de Valle, mas também o disco que arranca com uma das suas canções mais contagiantes: “Flamengo Até Morrer”. Completando o ciclo de quatro álbuns em quatro anos, “Previsão Do Tempo” (1973) é o álbum catarse depois da maravilha que é “Vento Sul”. É o disco mais groovy dos quatro, é uma espécie de sumário destes quatro anos loucos de Marcos Valle. Há mais presença de electrónica/sintetizadores e em vez de soar a algo ainda mais próximo do soul e funk norte-americano que abraçou noutros álbuns, Valle conquista aqui terreno próprio, onde as influências são claramente abafadas pelo seu génio e pelo importante contributo dos Azimuth (posteriormente Azymuth). Os sons electrónicos entram perfeitamente naquilo que bebeu anteriormente (samba, bossa nova, psicadelismo) e não parecem intrusos, mas pinceladas essenciais para o desenvolvimento do quadro da carreira do músico brasileiro. É também o disco mais jazz destes quatro, mas com uma dimensão que transcende os habituais discos pop que transpiravam jazz nesta altura. Não há um único tema em “Previsão Do Tempo” que não seja de génio, um disco tão perfeito quanto essencial. E com uma capa maravilhosa. A edição faz-se acompanhar por um texto de Allen Thayer (Wax Poetics) e uma entrevista a Valle, bem como a habitual explicação sobre cada um dos temas.