In Utero
Nirvana
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Volvidos mais de 25 anos, ainda é curioso como o último disco da "trilogia" da banda continua a passar despercebido aos ouvidos de muitos melómanos. Associados antes ao Unplugged, Nevermind ou a singles soltos que os remataram para o estrelato, tanto o primeiro - Bleach - como o último disco da carreira da banda entraram numa espécie esquecimento não assumido. Porém, In Utero não só é o derradeiro grito final do grupo, como também é o mais diferente e interessante disco no que às escolhas musicais e de produção dizem respeito - não devendo nada a mais ninguém senão a Steve Albini. A produção é metálica, fazendo lembrar os discos mais ruidosos de hardcore/noise produzidos pelo engenheiro de som. Essa escolha estética encaixa perfeitamente nos blocos de acordes distorcidos, nos berros de Cobain, na percussão-martelada - quase como que premonições, pedidos de ajuda, os gritos dos tempos de mudança: "Milk It" ou "Scentless Apprentice" são colossos que podiam encontrar o seu lugar em discos de Cherubs, Jesus Lizard ou até mesmo Big Black. Fora os temas óbvios como "Rape Me", "All Apologies" ou "Heart-Shaped Box", que já se metamorfosearam em autênticos hinos, o disco é o mais dissonante, intrigante e provocante da discografia da banda. Convidamo-vos a revisita-lo novamente, com os ouvidos actualizados aos nossos tempos. Arrepiante.