Crush
Floating Points
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"Anasickmodular" parece sobrepor dois mundos em exacta sincronia, como se uma trilha orquestral fosse filtrada através de uma grelha drum and bass. Não há modo fácil de descrever "Crush", um álbum em que Floating Points visita vários quadrantes com a legitimidade de um lorde que supervisiona os seus terrenos. A complexidade rítmica é equilibrada por composição detalhada de ambientes quase clássicos, janelas silenciosas (sem vozes) para universos soul e jazz suspensos num limbo, sem necessidade de groove para legitimar a sua existência, bastando este vaguear mais ou menos contemplativo. As faixas cumprem-se quse sempre abaixo dos 5 minutos, pelo que não há sequer a pretensão de elevar esta música a um estatuto mais sério por força da duração longa. Em formato económico de canção, Floating Points consegue transmitir ao mundo ideias avançadas geradas em boa medida na década de 90 mas que, aplicadas em 2019, soam ainda mais irreais, como se todo o álbum fosse criado no Espaço a olhar para a Terra.