Freundliche Kreisel
Freundliche Kreisel
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Nome estranho em alemão, Freundliche Kreisel (algo como rotundas amigáveis?) é uma espécie de supergrupo composto por alguns nomes já consagrados no âmago da cena experimental / ambiental / drone / folk contemporânea (Baldruin, Christian Schoppik e Katie Rich), carregando o legado sónico de fenómenos como Natural Snow Buildings, enfáticos na arte do drone orgânico (violino, violencelo, sanfona), nos cânticos que embalam e nos processamentos electrónicos que exponenciam a sensação concomitante de espaço e feeling - sendo este deliberadamente à margem, quase uncanny no aproveitamento de instrumentos inocentes (guitarra acústica, flauta) aliados a outros mais estranhos (como o theremin). O drone de um hurdy gurdy principia o hermético disco, definindo o tom que aqui se encontra - o experimentalismo ocupa o papel principal, sendo que mesmo quando os temas se alinham por uma estrutura mais ou menos pop, a forma de cantar e de alinhar as instrumentações lembra mais a tradição do neofolk do que qualquer outra corrente estilística. Ênfase na estranheza, num certo desconforto, no carácter espectral da música - principalmente aquando dos "interlúdios" mais electrónicos, na tradição do corte e da costura de som. Disco aventureiro, com preocupações sónicas sérias: é um convite à descoberta de uma nova tradição folclore, aquela que se encontra adaptada às tendências mais contemporâneas e que continua a surpreender por uma certa imprevisibilidade familiar. Cruzamento paradoxal - são poucos os graus de separação que nos distanciam do que está aqui a acontecer, sem se perder a sensação de que o que aqui se ouve é música verdadeiramente feita à margem.
