Drive By
Necks, The
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CLIP1
Há um momento de viragem importante: “Hanging Gardens”, em 1999, solidifica o ritmo dentro da magistral fórmula Necks, para depois, em 2001, “Aether” enviar-nos para o éter, numa peça de suspensão de câmara que ainda hoje serve para avaliarmos o mérito do trio australiano. No fundo, são duas obras que balizam um certo espectro sonoro que iria ser, até aos dias de hoje, profundamente revirado, com os resultados que se conhecem. Quando passaram 15 anos em 2002 – imaginem a pedalada destes senhores! -, “Athenaeum, Humebush, Quay & Raab” os Necks fizeram um apanhado épico das suas peças com um quádruplo CD, novamente etéreo e suspenso nas nuvens, para, no ano seguinte, voltarem ao batimento quase-kraut de “Hanging Gardens” para nos darem um groove sereno e pacífico, como se olhássemos uma espiral reflectida na água tranquilizante de um lago. Quando tudo parece terminado, aos 40 minutos, o piano insinua-se como é raro ouvirmos, metendo um pé ou dois numa malha percussiva que nos tinha arrastado o corpo. Quando “Drive By” se extingue, ficamos abandonados à Natureza. Soberbo! Dizem que é um dos melhores? Não dá para confirmar porque quase todos são especiais para nós e para muitos de vós.