Oxmardyke
Philip Jeck & Chris Watson
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Ao partir de uma base sonora captada por Chris Watson em Oxmardyke, junto à linha férrea, este disco presta desde logo homenagem ao local, como sempre o fazem as gravações de campo mais empenhadas, transmitindo o ambiente circundante mas também reflectindo sobre a História. No caso presente, a finalização do disco represnta ainda uma homenagem a Philip Jeck, falecido em Março de 2022 mas ainda contribuinte para "Oxmardyke". Uma atmosfera de "música concreta" permeia todo o álbum, afinal tratam-se de sons do mundo real, ainda que por vezes irreconhecíveis. Assistimos assim à elaboração de um documento, passo a passo, do que pode ser o "espírito" deste local, canalizado através dos dois compositores. Jeck habitualmente trabalhava com sons provenientes da manipulação de gira-discos, sendo que evidência palpável encontra-se apenas talvez em "Beetroot Train". O álbum vagueia a um ritmo de observação, dir-se-ia que quase espelha o vaguear de uma pessoa e o que vai registando com os sentidos (apesar de aqui, obviamente, apenas contar a audição). Paisagístico, certo grau de desafio, imprevisível mas casual. Como sair à rua no quotidiano.
