World 2 World
Underground Resistance
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Nation 2 Nation, World 2 World, Galaxy 2 Galaxy. Nos títulos dos discos confirma-se a ubiquidade de Underground Resistance, uma espécie de supergrupo - antes de o ser - que mostrou Detroit ao mundo. A música? Tem tanto de black power e de homenagem às raízes da música negra, de emancipação e transcendência de uma condição, como de uma declaração de guerra aos poderes instituídos; é música-guerrilha, é um assalto sónico ao ouvinte desregrado; é fogo para a pista de dança; é uma lição política e musical; é, sobretudo, um disco que não datou, que soa tão bem hoje como soaria em 1992. Em Amazon ouvimos sons de aves sintetizadas - o aceleracionismo, a rarefacção da floresta, um adeus à natureza - mas em Jupiter Jazz ouvimos a esperança nos acordes, a linha da 303 envia-nos para um outro tempo que transcende esta planície de uma humanidade pedante. Continua a ser um dos maxis - e universos - com a visão mais assumidamente sci-fi dentro desta família do techno americano: pela parafernália de caixas de ritmos e sintetizadores, percebe-se que havia ali amor pela nova tecnologia musical que foi surgindo e, sobretudo, um desejo de uma concretização do homem-máquina. Há um esforço iminente em escapar deste universo moribundo com o objectivo de elevação a um "Cosmic Traveller". Como todos os clássicos, este disco conta uma história intemporal, uma que já podemos ter ouvido várias vezes mas que vamos querer ouvir sempre. Perfeita.