Flow Motion
Can
Depois de “Soon Over Babaluma” seguiu-se um contrato com a Virgin que é uma divisória na carreira dos Can e, para muitos (aqueles que não mergulham tão a fundo), é aqui que a carreira dos alemães começa a decrescer para o desinteresse. É verdade que “Landed” é um álbum difícil de agarrar – e, de memória, o disco mais fraquinho dos três que editaram na Virgin -, mas depois seguiu-se “Flow Motion”, provavelmente o álbum que deveria ter dado continuidade a “Soon Over Babaluma” e que tem o maravilhoso – para alguns infame – clássico “I Want More”, com um groove muito disco e que estava em perfeito alinhamento com a pop dançável que se fazia na altura. Mas o resto do álbum é bastante distante de “I Want More”, nesse tema fica claramente marcada a intenção de single, seguindo a lógica de “Babaluma” e agarrando-se a ondas mais tropicais mas com uma brandura descomunal, absorvendo com classe várias sonoridades e entregando um disco que, nos seus melhores momentos, é um paraíso ambiental.