New Games
Goat
OUVIR / LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5
Guitarra, bateria, saxofone, baixo. Podia ser um quarteto de jazz, mas é o primeiro de Goat, reeditado com nova capa e numa nova edição comemorativa do 10º aniversário da obra de estreia. Pela primeira vez em vinil, está aqui a evidência da mestria dos japoneses que irrompem em música inclassificável nos moldes da música no wave, minimal-repetitiva e com carga polirrítmica acentuada. Se já os viram ao vivo, a consistência e precisão com que tocam estas complexas estruturas sónicas surpreendem o mais leigo dos ouvintes. Foco acentuado nas incisões rítmicas de todos os instrumentos (a guitarra, ao longo de todas as faixas, serve somente propósitos rítmicos, mantendo a atonalidade e a ausência de virtuosismos - a verdadeira virtude, aqui, está na consistência técnica e na precisão rítmica). As composições ancoram-se numa ideia de crescendo e recorrem a um pára-arranca que surpreende pela imprevisibilidade (e também pela acurácia com que o desempenham em estúdio e ao vivo). Sem qualquer tipo de estruturas pop, fluem naturalmente sob arranjos matemáticos que se erguem sem nos darmos conta, referenciando e reverenciando toda a história de música sincopada, nomeadamente a africana e a do sudeste asiático. Uma das bandas mais excepcionais, tanto ao vivo como em estúdio, longe de uma noção de música catchy, sem leads, riffs, refrães. Querem explosões? Estas são na cara.