NoHo EP: Turning The Crank
Human Error, The Higher Primates, The Scientific Americans
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Na viragem da década de 1970 para 1980, Christopher Vine, Elliott Sharp, James Whittemore e Nicholas Brown foram membros activos de uma cena vibrante que aconteceu na parte ocidental do Estado de Massachusetts, EUA. A música no centro, como músicos, divulgadores e promotores. A história é rica, a músíca também. Este EP reflecte essa acção vibrante: um local, uma época.
O consórcio das Cinco Universidades, no condado de Hampshire, congregava uma vasta população estudantil que inevitavelmente interagia com as localidades na região. Bares, lojas de música e de discos, música ao vivo e muita experimentação e pensamento livre. O "efeito punk" motivou a criação de bandas, muitas de curta duração, outras ainda a evoluir para New Wave / Power Pop, eventualmente até experiências Pós-Punk. O que se capta em "NoHo EP" é uma inclinação mais electrónica, favorecida pela implantação na zona de um representante de sintetizadores EMS, ARP, Moog e Oberheim e da existência de algum desse equipamento em estúdios nas universidades de Hampshire e Massachusetts, utilizado para cursos de Música Electrónica desde o alvor dos anos 1970.
Escolhemos focar-nos num grupo de músicos que, por um tempo, tocaram e gravaram a solo ou juntos em diversas combinações sob a égide da editora Tekno Tunes e da estrutura criada em seu torno. Christopher Vine, Elliott Sharp, James Whittemore e Nicholas Brown estão aqui representados como The Higher Primates, The Scientific Americans e Human Error.
A história completa envolve nomes emblemáticos do rock alternativo de então: Pere Ubu, The Slits, Bush Tetras, Stranglers, Pylon, Psychedelic Furs e muitos outros. Também um concerto marcante de Steel Pulse, a coroar o enamoramento por Reggae e Dub que acaba por se infiltrar na música produzida pelos indivíduos mencionados. A música dos Scientific Americans foi por exemplo descrita por uma publicação holandesa como "técnica mas muito dançável", frase que resume bem o que escutamos em "NoHo EP": um tipo de sonoridade mecânica, rítmica, mas solta e geradora de um balanço natural que brota da curiosidade e entusiasmo por vários géneros musicais.
Tudo isto consonante com esse período em que se forjou uma prática independente de fazer as coisas à margem do(s) sistema(s). O dique foi aberto, passaram a jorrar ideias e actividades que não só definiram o que se entende por "anos 80", no seu pendor mais alternativo, como todo um circuito que recebeu o nome Indie e que perdura até hoje.
