De Motu
Niagara
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"De Motu" aparece quase como novo álbum de Niagara. 100% material original que não deu LP com faixas separadas e sim uma mix contínua com forte edição e balanço entre abstração e techno sanguíneo, pulsante. Cerca de 80 minutos que fluem em duas partes com velocidades distintas - lado A mais contido, lado B com passo rápido. Não se procura exactamente um envolvimento emocional com música assim robotizada, mas a fruição é plena quando se presta atenção ao movimento e dinâmicas. As passagens são frequentemente notórias, não é uma mistura clínica no sentido de apagar inteiramente o cruzamento entre faixas, tratou-se sim de construir uma narrativa a partir da sua ausência. Do bruto passou-se ao líquido, depurado, sinalizando a presença carismática da música. Alguns (poucos) efeitos ajudam a dramatizar certos momentos mais despidos sem retirar gás. Seguir o lado B, por exemplo, sugere um túnel com iluminação nocturna a flashar rapidamente enquanto o veículo progride. Os últimos 5 minutos são de desaceleração, mantendo o tempo, carregam as almas até ao além ou de volta para cá, depende da relação que o ouvinte criou com a experiência.