Nídia É Má, Nídia É Fudida
Nídia
Só Nídia. "Mulher Profissional". O álbum arranca com essa afirmação forte, e a partir daí julgamos a matéria apresentada no terreno. Nídia continua a não soar como ninguém, e não apenas num qualquer submundo kuduro. Falamos de um contexto global e também falamos, é claro, do espectro que conhecemos. Há um house chamado "Dedo" e, se quiserem, podem convocar uma série de referências à esquerda e à direita, porque os sons parecem familiares. É a composição, no entanto, que prevalece. Então salta-se para o "Puro Tarraxo", uma marcha industrial oriental com cortes melódicos absolutamente no ponto; o piano e as quebras de percussão em "I Miss My Ghetto", amor ao Vale da Amoreira, zona do Barreiro, fazem equipa improvável e dissonante. A batida domina, sempre, e Nídia é fudida: convoca um apocalipse em "Arme" e, mesmo quando dedica uma malha ao sobrinho ("Shane Noah", bónus no CD), é a sua visão que passa e nenhuma versão amansada para a comunidade. Grande. E três faixas extra no CD tornam-na ainda maior.