Moon Set, Moon Rise
Salenta + Topu
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Um encontro espontâneo em Nova Iorque resultou nas gravações de "Moon Set, Moon Rise". Alegadamente, devido a uma falha de software, o disco teve que ser todo gravado usando equipamentos analógicos, o que talvez explique a reverberação fantasmagórica que fica perceptível desde a primeira "Cliff by the Sea", cujas ternurentas notas de Salenta Baisden parecem emanar de um piano cheio de pó, recentemente desenterrado (e o piano que usou é assumidamente desafinado). Improvisações impressionistas, numa escala "imaginária", as teclas de Salenta harmonizam perfeitamente com o violoncelo de Topu Lyo, comummente em stacatto, com os dois instrumentos actuando como um par de silhuetas, dançando e rodopiando num ballet controlado e delicado. Movimentos ténues, de uma sensibilidade emocional difícil de atingir, o disco desenrola-se como um manto leve para deleite, abraçando-nos e aconchegando-nos no ar quente e confortável que brota da música aqui reproduzida. Com a fidelidade de um disco gravado em casa, sem grandes truques de pós-produção ou de instrumentos além do piano e do violoncelo, "Moon Set, Moon Rise" é pura poesia sónica, emanando magia da forma mais simples e transformando esta simplicidade num dos discos mais bonitos de que temos memória nos últimos anos - a forma como "Kagami", por exemplo, desagua num mar de notas improvisadas depois de um longo jogo de contenção estrutural deixou-nos sem palavras. Múltiplos clímaxes num disco romântico sem ser cheesy e nostálgico sem ser pedante. Música alquímica.