Tim Maia (1971)
Tim Maia
LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5
"A Festa Do Santo Reis" e "Salve Nossa Senhora" fixam bem no Nordeste do Brasil uma das sementes da música aberta de Tim Maia, informada também por convivência com Roberto Carlos e Jorge Ben (e a de estes músicos informada pela convivência consigo) e a ligação a um estilo de soul/funk norte-americano. Juntam-se guitarra ácida e cordas exuberantes e, então, estamos perante o caldeirão musical de Tim Maia. Toda a sequência inicial deste álbum vive da sobreposição de vários destes elementos, aos quais é acrescentada a voz muito viva ("trabalho / trabalho / no fim do mês não vejo um tostão"). Em "Broken Heart", Maia soa como uma estrela pop internacional mas nem sequer da década de 70, mais da década anterior, quase no alvor da pop. O disco é vociferante, no que toca a uma extroversão pop com vontade de espalhar energia e cantar aos quatro cantos o que se passa. "Você" alterna entre o pomposo e orquestral formato quase Festival da Canção e a balada de segredar ao ouvido. Esse tom continua em "Preciso De Aprender A Ser Só", chamando-nos mais uma vez para a emoção muito intensa na voz do cantor. Por vezes a guitarra mais ácida fica bastante sufocada na mistura mas, com audição cuidadosa, é claro que está presente, como se Tim Maia não quisesse abdicar de nenhuma parte constituinte do seu som. Robusto.