Just a Touch
V/A
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Discutivelmente, pode argumentar-se que o género chamado Underground Soul ou Street Soul foi montado inadvertidamente por Marvin Gaye e Gordon Banks quando a CBS lhes enviou, entre outros instrumentos, uma caixa-de-ritmos Roland TR-808 e um sintetizador (também Roland) Jupiter 8. Dessa base espartana resultaram várias canções de "Midnight Love", muito louvado na imprensa britânica e número 1 de 1982 para o jornal New Musical Express. Curiosamente, antes da gravação do álbum, Gaye passa uma temporada em Londres. Mas a existir alguma substância na teoria da sua influência na Street Soul britânica, essa pode encontrar-se sobretudo no êxito de "Sexual Healing". Todo o álbum "Just A Touch", em que agora nos concentramos com máximo prazer, representa a evolução e difusão desse som com base sintetizada mas voz enraizada na tradição Soul. Andamento genericamente lento, sexy, as canções falam de amor mas também desamor, beatbox suave, synths atmosféricos, avenidas de melancolia que criam uma certa ideia de avanço futurista (a pulsação electrónica) enquanto simultaneamente tocam no nosso íntimo mais humano e presente. Na rotunda em torno dos anos 1990 já se detecta a família de beats Soul II Soul a sustentar ritmos, um padrão que de facto entrou na consciência colectiva de quem dançava, na época. O Boogie norte-americano que sucedeu ao Disco é outra via paralela, em faixas mais rápidas como "Sexy Eyes" (Jenny B) e sobretudo na sublime "Don't Touch" (Cavalier). Estas e as outras faixas resultam de expressões simples, de um acesso mais democratizado aos meios de produção, sem necessidade de luxo, grande polimento ou acrescentos orquestrais para sancionar o género como Soul.
Bô'vel–Coming Back
Sam–Life (Club Mix)
Marcelle Moncrieffe–Take Me There
Kofi–Step By Step
Pure Silk–What You Do For Me
Jenny B–Sexy Eyes (Club Mix)
Sonja Ryshard–Step Back
Cavalier–Don't Touch
Purely Fizzycal–Straight To The Top
Dennis Planter–I Still Dream Of You
Taffy–Passion
Weekend In Paris–Hold Your Head Up