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Elektroakustische Projekte & Makro

Roland Kayn

Reiger Records Reeks

Preço normal €73,00

Taxas incluídas.

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Parte da discografia que tem vindo a ser revelada nas edições da família de Roland Kayn exploram a densidade e a concentração que existia (para lá daquela que é exigida a ouvir) na sua música. Esta caixa de 5CD propõe algo um pouco diferente, a imersão em ideias singulares que encontraram continuidade na restante obra das mais diversas formas. Ou seja, há aqui algo de fundador e, por fundador, não se pense que, ao fim de uma década, já se está a chegar e essa momento da (re)descoberta da obra de Kayn, em que sobram os restos. Bem pelo contrário, o percurso tem sido feito de forma acidental, por vezes a reclamar uma exigência ("Tektra", por exemplo) que hoje, como ouvintes, pouco dispomos. O erro está do nosso lado. Sempre. Eis "Elektroakustische Projekte & Makro" composto pelas partes I a III de "Cybernetics", "Entropy PE 31", "Monades", "EON" e "Makro". Momentos diferentes da carreira, "Cybernetics" foi gravado entre 1966-69 no Studio di Fonologia, RAI Milano (o GRM italiano), e incorpora uma música híbrida que joga entre a ideia de futuro (a cibernética, claro) e uns abalos com a música concreta. O que surpreende neste música, bastante distante da claustrofobia das peças dos anos 1980 adiante, é a pontuação pausada entre momentos, permitindo que haja algum ar a circular pelo som. É isso que nos leva a "Makro", o momento principal desta nova caixa, produzida em 1977 em Utrecht, usando um minicomputador PDP-15, Kayn supera a ideia de música concreta para criar algo muito seu. Há aqui esboços da perplexidade de "Tektra" e "Infra". Esboços que não se devem entender como rascunhos, mas primeiras ideias para chegar ao domínio completo de uma complexidade que só atingiria anos mais tarde. Em "Makro" há uma coisa que pouco existe na música de Kayn que, até agora, havia sido reeditado: espaço. A existência desse espaço, não enquanto vazio, mas algo para o qual o som ruma e, inevitavelmente cria (como se fosse um caminho abrindo caminho), cria uma percepção nova acerca de como ouvimos Kayn: que nem sempre a sua música foi opressiva e completa. Acontece aqui o elementar enquanto vertigem da superação. Beleza.