The Expanding Flower Planet
Deradoorian
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Que boa surpresa! Um EP de há uns anos não tinha deixado memória de grandes ideias - talvez o tamanho não tenha ajudado -, mas muitos anos depois, eis a estreia de Angel Deradoorian a solo, depois de ter abandonado os seus Dirty Projectors e de ter participado (com Jeremy Hyman dos Ponytail) na primeira encarnação dos Slasher Flicks de Avey Tare (dos Animal Collective). Pelo meio, foi voz convidada para pessoas como Björk ou Roots ou Flying Lotus ou Vampire Weekend ou tantos outros. E esta é uma boa surpresa porque as suas canções e composições conseguem ter dois mundos que nos agradam: primeiro, com alguma inevitabilidade, há um gene dos Dirty Projectors, que Deradoorian também ajudou a formar; depois, há ideias frescas que parecem abraçar o mundo inteiro como um verdadeiro disco de world pop music. Cada canção tem uma vida singular, deixando que as teorias que procuram unificar temas num álbum caiam por terra. Parece um manual enorme de viagens, com pop surreal dentro e onde vozes e instrumentação rara compõem quadros de delirante imaginação. Não é só um compêndio de ideias estranhas: tudo faz sentido, tudo está no sítio certo, mesmo quando são partituras dobradas pelas oitavas bizarras e pela notação pouco ocidental. Este Planeta parece continuamente em expansão e cega-nos de tantas cores, e por isso o título não podia ser melhor: "The Expanding Flower Planet" é um dos discos mais especiais deste ano. Fabuloso.