Exotic Immensity
Gonçalo F. Cardoso
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O número 100 do catálogo da Discrepant ficou nas mãos do patrão. Gonçalo F. Cardoso usa o número simbólico para editar o mais recente álbum, “Exotic Immensity”. Distante de exercício de vaidade ou de autossatisfação, este novo álbum - quase dois anos após “Impressões De Uma (Outra) Ilha” - é uma celebração dos ideais e sons que a sua editora promoveu ao longo de mais de uma década e, também, um afinar de ideias dos vários projectos que Gonçalo tem (são vários e muitos nem sabemos que é ele). Há uma forma muito pragmática de colocar isto, “Exotic Immensity” poderia ser o quarto volume de “Antologia de Música Atípica Portuguesa”. Aliás, é esse volume, compilado com uma lógica diferente, dedicado a um só artista - uma pessoa que supervisionou isto tudo - que compila todas essas ideias - seja de falta ficção científica, de futuros programados ou de meros exercícios de imaginação sonora - e as coloca num rumo próprio. Há qualquer coisa de bom armazenamento neste disco, tanto se ouve Boards Of Canada como Andrew Peckler, tanto se ouve o Gonçalo das field recordings como aquele que não sabe o que mais inventar e, por isso, inventa tudo. Até as coisas mal amanhadas parecem estar arrumadas, fazer sentido, como se aqui se fechasse e se abrisse um ciclo, a homenagear as influências do Gonçalo e, em simultâneo, a colocar em som o manifesto contínuo da sua editora. Sem exercício de vaidade, sem momentos de gajo à procura atenção. Só ficção científica. Se gostam da Discrepant, isto é obrigatório. Se só gostam da Discrepant quando edita as Antologias, isto é obrigatório. Se gostam de música, bom, já sabem.