Time Is Glass
Six Organs Of Admittance
Daqui a umas décadas olharemos para a carreira de Ben Chasny / Six Organs Of Admittance com outros olhos. Natural, dizem aí desse lado, mas falamos de outra coisa, da forma como o seu corpo de trabalho evitou sempre as convenções que foram depositadas nele. Quando estava na linha da frente de um certo folk norte-americano, distanciou-se para experimentar rock a solo, quando se fartou disso, voltou a essa linhagem folk, como uma criança a reencontrar um brinquedo perdido (e a alegria dele, nossa, foi imensa). Depois olharemos para este “Time Is Glass”, que nem é uma coisa nem outra, que é um desvio das lógicas e se espanta com sugestões neo-folk britânicas enquanto debate ideias com algum psicadelismo da costa oeste dos anos 1960. Tudo com um andamento que não pertence nem a um nem outro género, nem ao próprio Ben, mas um encontro com Mark Kramer quando produzia os Galaxie 500 e conseguiu criar um som único, irrepetível. É deste som único, irrepetível, que falamos em “Time Is Glass”, uma viagem pelos fantasmas de sempre de Ben Chasny, mas com o filtro de quem sabe que, de tempos a tempos, tem de fazer um álbum para toda a gente se lembrar dele. “Time Is Glass” é um desses álbuns, como “Compathia”, “School Of The Flower” , “Shelter From The Ash” ou “Burning The Threshold”.