The Invisible City
BJ Nilsen
BJ NIlsen dificilmente conseguirá acompanhar a pedalada de Chris Watson. Mas é altamente reconfortante ver a electrónica deste calibre sempre a olhar para fora da caixa. Neste caso, para fora do computador. Nilsen assume sons captados na Suécia, Islândia, Noruega, Inglaterra, Japão, Alemanha e Portugal – bem como uma colecção grande de instrumentos – para os estender no tempo e espaço como uma visceral sessão abstracta de field recording. Mas a sua música – e a sua abordagem – é muito mais que isso. É sobretudo computer music tal como Fennesz o entende e Hecker executa, mas ao contrário destes o espaço, as dimensões, o eco e a reverberação acústica jogam a favor da intensificação das emoções. Nos momentos em que estas duas vertentes colidem, uma espécie de apogeu aparece em “Invisible City” – tome-se como exemplo “Scientia”, o terceiro tema: começa como um borbulhar digital, evolui no silêncio para um ruído irregular animalesco e de repente preenche-nos o espaço com ambient music celestial e aos poucos todos os passos anteriores começam a encaixar. Há muito que BJ NIlsen merecia estar num plano superior; ei-lo, por sua iniciativa, a subir na escala de valores.