Opala
Hidden Horse
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Opala
Trabalho, amizade e cumplicidade ligam João Kyron e Tony Watts há várias décadas. Nos Hidden Horse continuam várias conversas que começaram nos Hipnótica e em Beautify Junkyards, num registo livre e desempolgado. “Opala” oferece música imaginária, em fronteiras com o industrial, krautrock/kosmische, library music e a hauntology. Ouve-se como electrónica da “quinta dimensão”, com cenários de ficção científica desocupados e habitados hoje por fantasmas. “Opala” faz o seu filme. Kyron e Watts misturam electrónica e percussão num diálogo refrescante que se renova em cada uma das canções. A ideia de renovação, ou reinício, cria a ideia de uma conversa permanente de interação, onde nem um nem outro recusa ideias novas. Os títulos dos temas exploram exactamente essa ideia, com uma sugestão de imagens nascida da partilha e que conjugam diversos universos, tanto reais como ficcionais. Ao longo de quase trinta minutos, oito temas, “Opala” cria uma visível sensação de oculto, os sons sugerem formas e essas formas muito rapidamente se transformam em imensos cenários, que reflectem sobre algum cinema de culto ou imaginários de cidades utópicas do futuro cuja arquitectura transcende o que conseguimos concretizar. Música sobre sítios imaginários ou música imaginária. Fica ao critério de cada um.