Black Metal 2
Dean Blunt
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Em 2014 “Black Metal” consumava a ideia de canção de Dean Blunt do pouco que se tinha visto da sua carreira a solo, sobretudo em “The Redeemer”. Havia um dom transformado em pico, onde Dean Blunt assumia-se como uma espécie de Arthur Russell vivo, com um dom e uma sensibilidade única para transformar o imprevisível em algo muito bonito. “Black Metal 2” é uma inesperada sequela, sete anos depois, onde Blunt regressa à fórmula – não esteve parado estes anos todos, mas a explorar outros lugares, diga-se assim – em dez canções. O efeito coincide com o de 2014, sons inesperados conduzem-nos por canções doces, imaculadas, onde o poder, a força e o à-vontade da sua voz destroem o canónico que se associam a este tipo de melodias. Se outros vencem pelo contraste – entre uma coisa e outra -, Dean Blunt vende pela assimilação, em confidenciar que isto tudo é normal e não há qualquer problema. Baladas ou melodias nas nuvens com um cunho de rua afirmativo. O título não engana, é mesmo uma sequela para o seu álbum mais desarmante. Pelas vias mais estranhas – e com as mensagens mais inesperadas -, Dean Blunt continua a estar na frente de uma geração de artistas ingleses que entendem a música para lá do seu meio.