If I Don´t Make It, I Love U
Still House Plants
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Algures numa música - em qualquer uma de "Still House Plants" - vai perceber que algo está de errado, que uma peça - a guitarra, a bateria ou até mesmo a voz - está fora de sítio, mas a coisa parece continuar e, quando parece que está a fazer sentido, muda, vai para outro lado, desliga-se da convenção mais próxima, neste caso, do rock. Trio nascido em Glasgow, actualmente residente em Londres, os Still House Plants têm sido descritos - e bem - como uma banda que não faz concessões. Para quem ainda não ouviu, a afirmação pode ser a cópia de um cliché, quem ouve, percebe, percebe logo esta ideia do que é fazer música rock em 2024 que desafia as regras e, com isso, soa a novo. Há as bandas que soam a pós-punk / No Wave ou pós-rock e há aquelas que não soam a isso, mas criam como se estivessem num desses períodos. O que isso significa realmente? Reescrever regras, aceitar o presente sem contrapartidas e, sobretudo, desafiar o status quo através do som. Só assim se fura, só assim se faz história. A música dos Still House Plants é essa história ainda sem história, eles estão a escrevê-la (mais um cliché, bem sabemos). O rock recente não conhece um som assim, onde tudo está tão desalinhado de regras, com uma narrativa perversiva e, contudo, faz sentido, é eloquente, novo, fresco, desafiante. Não há hits aqui. Não há canções para cantar em grupo, letras para decorar, statments ou hinos. Só os vão ver no Primavera quando já não interessarem (o que pode ser já no próximo disco, isto tudo gasta-se muito rápido). Isto não são os Black Country, New Road, Black Midi ou caroline. Isto não é a indústria inglesa a embrulhar-nos com novas velhas ideias. É outra coisa. Querem o presente? Ei-lo aqui servido. Sem burlas, tretas ou esquemas piramidais de referências. Só música. BRILHANTE.