ABBA
Blod
Verão de 2021. Gotemburgo. Blod regista um certo isolamento mas, nas suas próprias palavras, também esperança. Momentos que soam íntimos nas cordas não profissionais da sua guitarra, teclas que apalpam terreno, em certa insegurança, fuzz de cassete a alastrar pela gravação, e são dois temas longos (um por CD) a estabelecer uma narrativa pessoal de forma rudimentar. Dir-se-ia uma colagem de jams no teclado, guitarra, vozes sacadas (TV? Rádio? Net?), choro de bebé, talvez um diário com folhas soltas, se não tivermos cuidado a manusear. É como estarmos a observar o que uma pessoa faz sozinha num quarto (neste caso garagem) sem que ela saiba. Nordic noir melancólico, sem o crime.