Não sou a mesma pessoa todos os dias
Ola Haas
OUVIR / LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5
Ola Haas é Miguel Freitas, músico eminentemente olisiponense (Ola Haas é a interpretação fonética da maneira como um turista diz Olaias), deambulante no circuito do indie lisboeta, com a curiosidade de quem se interessa pelo que por cá é feito e com vontade de materializar a sua perspectiva na mesma forma com que vê os outros a fazê-lo - independente e singular. Principiou em gravações de baixa fidelidade, mas o novo "Não sou a mesma pessoa todos os dias" ganha uma magnitude potenciada por André Isidro, engenheiro do estúdio Duck Tape, em Chelas, outro recente dinamizador da nova escola de música de guitarra em Lisboa (Hetta, Asimov, Grand Sun, etc.). Liricamente recai sobre as desfragmentações diárias de um rotineiro 9-5, a gentrificação em Lisboa, as vicissitudes dos enquadramentos dentro de uma linhagem musical essencialmente corporativa e outras questões pessoais e românticas. Musicalmente? Baixo (ligado a um amplificador de guitarra e outro de baixo) e bateria chegam na criação de abalamentos tectónicos, devendo um estilo composicional à simplicidade das canções do novo rock americano dos 90s, e com os embelezamentos do fuzz e das distorções gordas que daí provinham. Músicas em português, com refrões e melodias que nos ficam na cabeça, marcando todos os pontos daquilo que faz uma música pop eficaz, sem nunca cair no considerado foleiro. O primeiro disco de uma promessa musical que acabou de desabrochar.