Hotel Paral.lel
Fennesz
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"Hotel Paral.lel", talvez homenagem indirecta ao festival Sónar, em Barcelona (é um hotel existente na cidade), onde este novo mundo simbolizado pela editora Mego estava a acontecer em directo. O álbum percorre um espectro avançado de explorações (ou provocações) do erro, uma ideia de aproveitamento criativo do que de outra forma seriam desperdícios, uma reciclagem efectiva da ideia de perfeição e "limpeza" na música electrónica. Não que fosse uma via totalmente nova, já na década de 1970 se escutava muita textura e aspereza na electrónica produzida por Kluster, Cluster, Schnitzler e outros, mas o contexto em que Fennesz vem a operar parece aproximar o som da rua, torná-lo mais - talvez - casual e, até, provocador daquele seminal sentimento punk: "eu também conseguiria fazer isto". Se "Hotel Para.lel" foi editado a tempo (1997) de ainda gerar esse desejo nas mentes de futuros produtores não sabemos, mas o que há de punk aqui é bem aparente na forma livre como as composições soam e se sucedem, sendo que a personalidade do autor sobressai na elegância tímbrica, cortes e até na qualidade dos drones. Na nossa lista dos essenciais da década de 1990.