Hunter
Anna Calvi
Terceiro álbum e um longo interregno desde "One Breath", Anna Calvi regressa num cenário que faz lembrar um pouco o Nick Cave dos 1990s com um disco temático que tem um pouco de "Murder Ballads", embora a sua origem e discurso seja bem diferente. "Hunter" é uma quase-narração de uma personagem omnipresente – a própria Anna Calvi? – que é um caçador, um predador, para não ser caçado. Nas canções há um uso da sensualidade e da sexualidade como armas e, também, como argumentos para um mundo de #metoo. Em "Hunter" não é a menina dos filmes de David Lynch e Wong Kar Wai que parecia perpetuar nos seus dois primeiros álbuns, é uma força rock com uma nova vida. O tempo passou, sim, e Calvi regressou com mais pertinência do que nunca. Talvez Brian Eno estivesse mesmo certo em relação a ela ser a nova Patti Smith.