Forever, Ya Girl
KeiyaA
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Editado originalmente em 2020 em edições que rapidamente esgotaram - em diversos formatos -, o álbum de estreia de KeiyaA ressurge neste verão pela mão da XL. Ainda se ouve como novidade, continua fresco e um belíssimo desafio entre fronteiras. Pense-se no que aconteceria se o registo low key de Actress se expressasse numa dimensão jazz-soul, com uma voz R&B treinada, que desfila pelos instrumentais sem o medo do risco, entre o aparecer e o desaparecer a qualquer momento. É assim que KeiyaA existe, em canções que parecem estar numa nuvem e que de vez em quando ganham um ritmo de quem quer estar no chão mas não consegue. Poderia ser música de pontes mas, tal como Klein, parece declinar isso para ser outro tipo de estrutura que não arrisca uma definição. Cada canção é uma coisa, cada canção arrisca sempre outra coisa qualquer, sentido-se sempre como parte da mesma voz, do mesmo grupo, do mesmo álbum. Ainda hoje é difícil de perceber se falsifica ou não as suas limitações, importa, sim, perceber e existir no que isto soa. Música que ataca o corpo de forma suave e que, quatro anos depois, continua a ouvir-se como uma miragem. Quente e lento, difícil de resistir.