Regional Surrealism
Konx-Om-Pax
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É fácil quantificar a importância em 2012 da produção musical de Hype Williams, mas nem sempre tem sido imediato localizar a sua árvore genealógica - de onde vem, para onde vai. Regra geral, o caminho é feito na companhia de todos os que bebem as suas influências, pelo que será mais que normal começarmos a ver, passados alguns anos, os filhos de Hype Williams. E a tarefa tem sido tão complicada que, finalmente, parece termos alguém de quem podemos tentar estabelecer uma ligação (mesmo que falhada!) ao mundo de Dean & Inga. Mas também de Oneohtrix Point Never - para quem, curiosamente ou não, o seu autor fez algumas das suas capas. Tom Scholefield é esse autor que agora descobrimos, e o seu "Regional Surrealism" é daqueles discos que podiam marcar o seu tempo. Parece sugar tudo à volta para, filtrando tudo ao pormenor, construir um mundo novo, futurista, suficientemente artificial para sabermos que nunca irá acontecer. Há quem ache que tem o poder evocativo de Boards Of Canada, há quem ache tão espacial quanto as incursões ambientais de Brian Eno, há quem ouça a demência organizada de Actress, e até há quem se lembre de alguns volumes da série Made To Measure. Podem parecer demasiadas coisas que andam aqui, mas "Regional Surrealism" parece conseguir encontrar o seu próprio lugar, equilibrado e coeso, mesmo quando a nossa memória e currículo auditivo nos leva para outros sítios. Uma óptima surpresa e um óptimo disco para quem gosta de se perder em conjecturas (irrelevantes).