Cocoon Crush
Objekt
Desde muito cedo em “Cocoon Crush” que bate a sensação de que o alemão se preocupou em voltar às edições – passaram-se mais de quatro anos desde “Flatland” – com um álbum tão minucioso nos seus detalhes que fizesse frequentemente esquecer que se está a ouvir um disco de electrónica. Pode-se ver isso como uma qualidade ou uma mera abstração, contudo, “Cocoon Crush” desfaz-se em elogios por si próprio à medida que se vai ouvindo: é de uma mestria excepcional, o nível de detalhe é impressionante e a sua habilidade de visitar diferentes espectros da electrónica de uma forma totalmente orgânica é, no mínimo, fenomenal. Estamos perante uma obra-prima? Talvez não é preciso chegar a tanto. Há algo de angustiante nisto tudo, as faíscas de “Cocoon Crush” são também impecáveis momentos de auto-realização em que por vezes o género pode ser um pouco asséptico. Mas também é essa consciência – dos limites e de como se extravasam esses limites – que torna “Cocoon Crush” tão especial. É um bom compromisso sem sentimentos, com música estranhamente impressionista e mortífera, onde a máquina oferece múltiplas interacções. É um futuro mesmo muito estranho. E não dá para desligar de “Cocoon Crush”.